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Por Que Devemos Parar de Cobrar Barato

O Posicionamento Que Diferencia Profissionais de Prestadores
18 de outubro de 2025 por
Contas no Ponto

Por Que Devemos Parar de Cobrar Barato: O Posicionamento Que Diferencia Profissionais de Prestadores





  

É muito comum que os clientes queiram pagar o mínimo possível pelos serviços que lhes são prestados. À primeira vista, parece apenas uma questão de economia — afinal, cada um tenta gerir da melhor forma o seu dinheiro.

Mas essa atitude esconde um problema mais profundo: a falta de compreensão sobre o verdadeiro valor do serviço profissional, especialmente nas áreas de contabilidade e fiscalidade.


1. O Desconhecimento do Cliente

Grande parte dos clientes não entende a complexidade do nosso trabalho.

Para muitos, parece algo simples — “é só apertar um botão”, “é só emitir uma fatura” ou “é só entregar uma declaração”.

Mas por trás de cada ação há tempo, análise, risco e responsabilidade técnica.

Quando um contabilista assina um documento, ele assume também as consequências legais e fiscais de possíveis erros.

Logo, não é justo cobrar um preço mínimo por um serviço que pode gerar prejuízos enormes caso algo saia errado.


2. O Preço Justo e o Risco Envolvido

Definir o preço de um serviço não é apenas uma questão de “quanto o cliente pode pagar”, mas sim de quanto vale o teu tempo, o teu conhecimento e o risco que estás a assumir.

Ao aceitar um valor simbólico por um trabalho de alta responsabilidade, o profissional coloca-se numa posição frágil — e sem garantias de proteção caso algo dê errado.

Um preço justo deve:

  • Cobrir o tempo investido;
  • Considerar o grau de dificuldade do serviço;
  • Refletir o risco e a responsabilidade técnica;
  • Permitir margem para revisões e suporte posterior.


3. Contratos Claros Evitam Mal-entendidos

Outro ponto essencial é o contrato de prestação de serviços.

Quando o profissional não detalha os limites da sua atuação — o que está incluso e o que não está — o cliente tende a colocar toda a responsabilidade sobre ele.

Assim, se houver uma multa ou penalidade, a resposta será sempre:

“Eu te paguei, então o problema é teu.”

Por isso, nunca feches um contrato sem especificar:

  • As tarefas incluídas no preço acordado;
  • O prazo e as condições de entrega;
  • O que é considerado serviço adicional;
  • E, principalmente, que a responsabilidade fiscal final pertence ao cliente.


4. Como Negociar Sem Desvalorizar o Teu Trabalho

Quando o cliente questionar o valor, explica o processo.

Mostra as etapas envolvidas, o tempo estimado, os riscos e a importância da precisão.

A transparência ajuda o cliente a perceber que o preço não é “caro”, mas sim coerente.

Se, mesmo assim, ele insistir em desconto, há duas opções:


Opção 1 — Manter o preço

Afirma com serenidade:

“Este é o valor justo para este tipo de serviço. O senhor tem total liberdade de escolher outro profissional, mas o meu preço está baseado na responsabilidade que assumo.”

Essa postura demonstra posicionamento e confiança, elementos fundamentais para construir credibilidade.


Opção 2 — Vender o serviço por etapas

Se o cliente realmente não puder pagar o valor total, oferece uma solução faseada:

“Podemos avançar nesta primeira parte por X Kz, que inclui A, B e C. Para as próximas etapas, teremos custos adicionais.”

Assim, o cliente entende que está a comprar partes de um processo, e não um pacote completo a preço de desconto.


5. O Posicionamento É o Teu Maior Ativo

No fim das contas, o posicionamento é o que define o teu valor no mercado.

Um profissional que sabe explicar, argumentar e defender o preço do seu trabalho inspira respeito e atrai clientes que valorizam qualidade, não apenas preço.

Lembra-te:

“Quem não valoriza o próprio tempo, acaba por trabalhar para quem o desvaloriza.”

Portanto, valoriza o teu conhecimento, estrutura bem os teus contratos e cobra de forma justa.

O cliente que reconhece o teu profissionalismo será sempre o melhor tipo de cliente para manter.


Autor: Salvador Quimuanga

Contas no Ponto — Educação Financeira, Contabilidade e Gestão Prática





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